segunda-feira, 23 de julho de 2012

Céu limpo

Falei, reclamei, briguei, xinguei, rezei. Fiz coro a centenas de outras vozes que clamavam pelo sol. Enfim, atendidos! Um dia de domingo de céu limpo!!! 
E quando o sol aparece, corre! Igual cachorro vira-lata faminto, que se empanturra da única refeição do dia, pois não tem certeza de quando será a próxima.
Assim fizemos e corremos para passar o dia fora. Fomos ao Boudewijn seapark, uma hora e meia de viagem. Valeu a pena! Show de golfinhos, foca, leão marinho e rapinas. Brinquedos e muitos brinquedos. Sol e muito sol!
Aqui na Bélgica temos uma vantagem, por mais cheio que esteja, nunca está saindo pelo ladrão, como era o caso na China. Então, quando penso em preguiça por enfrentar filas, esbarrões e empurra-empurra, logo lembro do salve-se quem puder de Shanghai, e fico animadíssima com a perspectiva belga. Meto logo um sorriso no rosto e vamos que vamos.
Mas por incrível que pareça, e como nada é perfeito, hoje também sofri o desabor chinês. Minha filha estava toda comportada para chegar perto do mascote do parque para tirar uma foto, quando estava praticamente abraçada com ele, e eu a postos com a máquina, vem um bando de crianças franco-fônicas FURANDO FILA. A mãe delas, tão mal-educada quanto, dizia naquela vozinha fraca e sem autoridade nenhuma, espera. Como que o sangue me subiu, tirei Sophia daquela situação e cuspi fogo em cima daquelas pessoas. Quanto desapontamento!
Até então, não tinha vivido uma cena de tamanho desrespeito nessas bandas de cá. Comecei a prestar a atenção, notei que os "mal educados"estão por toda parte, e são principalmente os franco-fônicos. Os belgas de origem flamenga são mais refinados e respeitosos. E começo a compreender o desentendimento que existe entre os compatriotas, a ponto de cogitarem dividir o país, de 30,5 Km quadrados e 10 milhões de habitantes, em dois. São tantas as diferenças que deixo para relatar em outro post.
Na arquibancada fui chutada umas dezenas de vezes, nas costas e na cabeça, por um bebê italiano. Eu fiquei imaginando que a mãe não devia ter mão para segurar as pernas do filho. Acham que recebi algum pedido de desculpas? Nem pensar!
E como hoje era o meu dia de alegria, o sol brilhava, eu resolvi relevar e curtir os golfinhos saltitando na água.
Enfim, férias!
E férias devem ser gozadas por todos os indivíduos. E é por isso, que o comércio também fecha. Aquela boutique, padaria, açougue, restaurante todos fecham. Sim, apagam as luzes, trancam as portas e colocam um cartazinho: estamos de férias durante o período tal.
No Brasil isso não acontece, ninguém fecha a sua fonte de renda por 15 ou 20 dias. Ninguém é louco de correr o risco de perder o seu cliente para a concorrência que continuou lá, fiel e firme vendendo o pão e o leite de cada dia.
Sim, merecidas férias para o trabalhador que sempre manteve a sesta, que abriu às 9 e fechou às 5; que teve ajuda do cliente para voltar com a roupa para a arara, devidamente pendurada; que não se estressou com uma fila enorme no caixa, afinal cada um leva o tempo que precisa para escolher entre o pão mais branco ou preto; que demorou 15 minutos para chegar com uma cerveja, 40 para servir o prato principal e mais meia hora para trazer a conta; que sempre respeitou dia santo, nacional e domingo.
Sim, somos todos filhos de Deus, merecedores sem dúvida alguma, de gozar umas belas férias num resort espanhol, num balneário francês ou simplesmente no aconchego do lar.
Boas férias com muito sol para todos nós!


sexta-feira, 20 de julho de 2012

Verão??? Onde???



Começo com uma triste notícia: o verão não rolou.
A expetativa de um verão ensolarado depois de uma primavera tenebrosa, ficou mesmo nos sonhos.
O céu belga permanece encoberto de nuvens negras, insistindo em mandar chuva e frio. É, frio de 11 a 14 graus em pleno verão. 
Estamos no mês de liquidação nacional (até para liquidar existem regras por aqui, escrevo sobre isso depois). Liquidação de verão. Dá uma dó danada! Shortinhos, vestidinhos, camisetas tudo colorido e fresquinho, e tudo pendurado nas araras. Eu mesma, fiquei atrás de blusas de mangas e calças, coloridas claro, para espantar a tristeza dos dias cinzentos. Sandálias? Esquece! Os meus pares brasileiros estão todos novinhos e dentro das caixas.
Nesse fim de semana, fiquei um pouco aliviada quando vi que até os belgas fazem a mesma pergunta. Estava um pequeno cartaz pendurado timidamente ao lado do anúncio de saldos de uma loja: Il est où le soleil? (Onde está o sol?)
Resposta: em todos os cantos do mundo, exceto na Bélgica.
Semana passada fizemos um churrasco aqui em casa. Foi um tal de monta e desmonta mesa, abre e fecha sombreiro, entra e sai de casa. Até que finalmente, fomos vencidos e ficamos dentro de casa com a churrasqueira sob um guarda-chuva. Tudo bem, a picanha brasileira continou saborosa e macia. E a cerveja belga continuou gelada.
Nesse exato momento, Sophia desenhou um enorme sol e me pediu para pendurar na porta. Claro! Lá está o desenho inocente tentando nos dar ânimo. Valeu, filha!
Bom, mudando de assunto, senão a gente mofa nas palavras, vou contar um pouco da liquidação nacional. São duas anuais, uma no inverno (janeiro) e outra no verão (julho). Existe a data exata para começar e terminar, determinadas pelo governo. O comércio começa com a primeira remarcação em torno de 30% e com o passar das semanas, e dependendo das vendas, passa-se para a segunda remarcação - 50%, chegando nas últimas semanas a até 70% de desconto. Segundo a lei, o comerciante não pode anunciar saldo fora do período estabelecido, caso o faça está sujeito a pagamento de multa. O país inteiro entra nesse ritmo, e é uma das poucas vezes no ano que as lojas abrem no domingo para a inauguração dos saldos. Como o mar não está para peixe, será que vão fazer o que com a mercadoria encalhada? Estou doida para que a chuva favoreça nesse quesito e permita-me comprar aquela calça verde, amarela ou vermelha, que estou namorando há um tempo.
E para o meu deleite no término desse post, estão dizendo por aí, mais precisamente a meteorologia, que a partir de amanhã teremos sol! Será que pode confiar?

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Inverno prolongado

Estamos em plena primavera, o que sugereria um clima ameno, agradável e de muito sol. Mas não aqui na Bélgica!
Cá estamos há um ano. Chegamos exatamente nesse mesmo período de abril. Encontrei aqui um clima surpreendente. Solzinho na casa dos 20 graus, céu azul e chuvas esparsas na semana.
Agora essa primavera está de doer. Nem mesmo as belíssimas árvores de flores cor-de-rosa não floresceram ainda. Estão todas tentando lutar contra o frio que se abateu nesse mês. Voltamos a temperaturas invernais, na casa dos 10 para baixo. As coitadinhas das singelas flores rosas, ainda não tiveram coragem de aparecer, estão timidamente tentando pôr as caras de fora, mas está difícil!
Corajosas mesmo, são as margaridinhas espalhadas pela grama. Também são como umas praguinhas, mas não deixam de ser lindinhas.
Outras corajosas são as Bluebell, uma florzinha meiga e simpática da região britânica, que forma um tapete azul roxeado entre as árvores da floresta.



Parece um cenário mágico, onde tem-se a impressão de que a qualquer momento, fadinhas estarão por toda a parte, tocando esses pequenos sininhos roxos. Feche os olhos, você será capaz de entender essa mesma sensação.

Praticamente, todos os dias amanhece com sol. No entanto, vem, sei lá de onde, uma força negra que vence o bem, enchendo o céu de nuvens e chuva. Noutro dia, foi uma batalha incansável. Meia hora de sol, 3 horas de chuva, 1 hora de sol, 5 horas de chuva! Podem imaginar a nossa batalha também? Coloca blusa de frio, tira, arma o guarda-chuva, fecha, botas, sapatos. Ah, desse jeito, nem precisa mesmo voltar a academia!

Estou imensamente esperançosa de um verão daqueles! Será que rola???



domingo, 11 de março de 2012

Um pouco da vida diária

Estar na Bélgica me lembra muito estar numa fazenda!
Para qualquer lugar que vamos há sempre uma terra ocupada. Eles aproveitam cada centímetro da terra, e isso acaba fazendo com que, praticamente qualquer estrada ou estradinha seja margeada  por plantações e pastos.






Pesquisando na net, aprendi que boi aqui chama-se gado belga azul, e é resultado do cruzamento entre a raça belga e inglesa, saindo esse boi musculoso e troncudo.
O cavalo parece que usa botas. Tem um excesso de pêlos nas patas, são baixos, e troncudos também.
Aqui em Waterloo, uma cidade à 20 minutos de Bruxellas, e no centro dela, convivo com o ar rural todos os dias. Virando a esquina da minha casa vejo um rebanho de ovelhas pastando todos os dias.
A menos de 10 km já estou na roça. Às vezes o limite do campo e da cidade, é apenas uma estradinha sinuosa.
Agora no inverno o cheiro que paira no ar é de lenha queimada. Todas as casas estão com as lareiras a pleno fogo.
Hoje, um dia chuvoso, a entrada da minha casa está apinhada de minhocas! (Nheca!!! Eu odeio esse bicho!) Ainda bem que elas fazem a felicidade dos vários pássaros que mergulham os seus bicos ávidos naquelas carninhas magricelas. E quando não são comidas, sobra para mim a limpeza. Ai, meu estômago chega a embrulhar!
No verão, adivinhem qual é o odor? Duvido que acertem! Esterco!
Saindo um pouco do assunto mal cheiroso, vamos falar das ovelhas, as pequenas peludas e gordas que estão por toda a parte, até ali no quintal do vizinho.
Lembro-me que na minha primeira morada na Bélgica, fomos convidados para jantar na casa de um colega de trabalho. Mas antes do jantar ele tinha um afazer a cumprir. Levou-me no terreno vizinho, onde mantinha algumas cabeças do animal quentinho. E lá encontramos filhotes que já esperavam pelo alimento: mamadeira! Sim, o senhor levou mamadeiras cheias de leite para os pequenos. 
Falando de agricultura, encontramos o plantio de batata, beterraba, milho, trigo e outros cereais.
No caminho da escola tem um campo de milho que margeia a rua. 
Outro dia ficamos intrigados com uma montanha de "coisas". Que era aquilo? Depois de muito analisar, diminuir a marcha para ver melhor, chegamos a conclusão que eram batatas.
Sim, os belgas adoram batatas. Acho que é o prato principal de todos os dias. Existem as tais de friteries. Vendem batatas fritas em sacos ou em pequenas bandejas, com muita maionese por cima (preferem essa ao catchup), e as pessoas saem comendo pelas ruas. Pode até mesmo ser aquela a refeição do almoço. Já presenciei mãe em restaurante pedindo somente batata frita de almoço para a filha de 2 anos.



E para dizer a verdade, são as melhores batatas fritas que eu já comi! Só que no lugar da maionese eu coloco MUITO catchup! rsrsrsrsrs

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Portugal

As terras agora são lusitanas. Tivemos o imenso prazer em visitar Lisboa e arredores sob um inverno ameno e ensolarado. Sair da Bélgica chuvosa e no frio de 0 graus e encontrar uma Lisboa azul de 13 graus foi divino!



Senti como se estivesse em casa. Com uma certa lógica, Lisboa se parece muito com o nosso Brasil. Mantemos em nossas terras a herança de nossos colonizadores. As construções são bastante familiares, lembrando as cidades históricas de Minas, Salvador, Rio de Janeiro e São Luís.



Estar em Portugal e deliciar-se com os quitutes que conhecemos das cozinhas de nossas avós: pastel de Bélem, quindim e as receitas infinitas do bacalhau, parece ser uma volta ao tempo. É como se estivéssemos vivendo as Histórias que aprendemos no banco de escola. Como se há qualquer momento, pudesse ser possível que algum dos Bragança surgisse em sua carruagem dirigida por algum escravo.




Para mim, ser turista em Portugal foi uma experiência fascinante, já que particularmente sinto imensas saudades do Brasil. Fartei-me de bacalhau, explorei os corredores do supermercado, li tudo em português, fui extraordinariamente compreendida e fiz compreender-me com extrema facilidade, comprei livros, comi pastel com caldo de cana, fui a churrascarias e na maioria das vezes, fui atendida por brasileiros. Como não sentir-se em casa assim?!

Fiquei encantada com os portugueses, amáveis e hospitaleiros. Encontrei ciganas portuguesas que insistiam em querer ler a minha mão. Uma velhinha me gritava: - Venha cá, venha cá!
Se ela insistisse mais um pouco eu cederia ao seu chamado, que parecia mais uma ordem! Acabei caindo nas mãos de outra. E eu logo engatei uma conversa, já que a veia cigana pulsa em minhas veias. Ela me disse ser uma cigana originalmente portuguesa.
- Deixa eu ler a sua sorte.
- Não minha senhora. Minha maior sorte já foi lançada. É a minha filha. Além disso, eu também já fui cigana há muitos anos atrás.
Recebi um olhar espantoso e até receoso mesmo. A coitada logo desistiu de seus trocados. Percebeu que talvez fosse ela quem tivesse que me pagar alguma coisa ao final daquele diálogo. Adorei isso!

E ver ao vivo e a cores, os ladrilhos portugueses nas fachadas dos prédios, nas placas das ruas, nos números das casas, as louças portuguesas, os bordados, as toalhas, os bondinhos, as ruas de pedra. Tudo tão rico e tão acessível, ali ao alcance das mãos.




Passear na rua Augusta, cheia dos seus comércios atrativos, e terminar a beira do rio Tejo. No caminho, sentar à mesa no calçadão de pedestres, saborear mais um, ou dois ou três, bolinhos de bacalhau debaixo de um solzinho morno o suficiente para bronzear o rosto. E ainda, ter ao fundo a cantoria de um árabe que entoava aqueles gemidos das mesquitas mulçumanas. Olhar para os lados e encontrar um carrinho que soltava um imenso nevoeiro, pelas chamas que torravam as castanhas portuguesas, as quais você compra e sai com um saquinho marrom de papel pelas ruas. Completando o cenário, um carrinho de flores para aqueles que querem surpreender ou encantar um escritório ou um lar.




Enfim, achei uma cidade romântica, estilo retro e provençal. Magnífica!

Perto dali o litoral. Ah, o mar... Uma de minhas grandes paixões. A brisa, o cheiro da maresia, o sol brilhando no espelho d'água, as marolas e as ondas. Existe um lugar em Cascais chamado a Boca do Inferno. É porque lá estão algumas rochas que foram trabalhadas pelas fortes ondas, e formaram um buraco desaguando do outro lado. Lindo! E palco de romancistas adeptos a tragédia. Tipo assim: "E pelo amor não correspondido encontro acalento junto as rochas quando a elas me entrego". Vixe! rsrsrsrsrs


domingo, 26 de fevereiro de 2012

Civilidade


Quem de nós brasileiros, já pensou na possibilidade de haver proglames na prefeitura, com direito a comunicação enviada pelo correio aos vizinhos, sobre uma reforma em sua residência? E ainda, ter afixada em frente a sua casa uma nota em cor amarela com o mesmo comunicado da reforma residencial? E o pior, correr o risco de um vizinho reclamante, que não concorda com o um metro de extensão no fundo do quintal, "pôr areia" no seu projeto?
Pois é, brasileiros e brasileiras dessa terra varonil, recentemente recebi um "Aviso de urbanismo" da prefeitura me informando que o vizinho da casa X, cadastrada sobre o registro tal, tinha entrado com um pedido de reforma, cujo projeto consistia em:
1. profundidade total das construções = 5m
2. recuo lateral = 1m63
3. altura da fachada do volume secundário superior àquela do volume central
4. material necessário à reforma: pedras, blocos, betoneiras, tijolos brancos.

Finalizando, "as reclamações e observações escritas devem ser endereçadas a prefeitura até o dia 10 de novembro de 2011. As reclamações e observações orais podem ser feitas até o dia 24 de nove e meia às dez da manhã."
E aí está. Bela lição de moral e cívica. Todos possuem o direto a  liberdade de ação, desde que não interfiram no direito à liberdade do próximo.
Eu cumpro as regras e leis, você idem. Todos nós vivemos em paz.
Onde estão as aulas de moral e cívica de nossas escolas? Por que os alunos fazem chacota, debocham e acham tudo uma asneira? Onde e com quem aprenderão o dever da civilidade? 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Bratislava

Partimos para a Eslováquia, mais precisamente Bratislava, de carro. 12 horas de viagem. Impossível essa jornada com uma criança confinada em sua cadeirinha. Impossível por quê? Já não fizemos 24 horas de voo, dividida em duas etapas, várias vezes a caminho do Brasil quando saíamos da China? Ah, sei lá... Diferente! E por ser diferente, fizemos uma pernoite numa das cidades da Alemanha.
Ah, Alemanha... Aquela auto-estrada me deixou com zumbido no ouvido. Os carros voam por ali. Lá não existe limite de velocidade, e sim sugestão. E desde quando as pessoas seguem sugestões? Carros a 180km/h! E lógico, como ficar atrás? O digníssimo marido, seguia a 160km/h, às vezes alcançava 170km/h numa ultrapassagem de um lerdo qualquer. Ainda bem que o carrinho não é um desses posantes da BMW ou Porsche. O mais impressionante disso tudo, é que eu também alcancei essa velocidade, quando foi a minha vez de reversar a direção. A gente não percebe essa velocidade, vertiginosa para um carro de passeio. O asfalto é impecável, a reta perde-se de vista e praticamente, todo mundo está correndo mesmo! Mas para falar a verdade, eu estava louca para acabar a travessia pela Alemanha. Queria mesmo eram os regulares 120km/h, sinto-me mais segura assim.
Uma coisa eu gostei de verdade. Os banheiros das paradas na estrada. Olha isso aí, deu até para assentar. hehehe
Bratislava fica a 45 minutos de carro de Viena. E lá foi a nossa parada para o jantar. Que delicioso Goulash! Acho que eu comeria esse prato umas 5 vezes por semana!
Primeiro dia de Eslováquia. Passear com quatro crianças a tira colo. Minha amiga e sua família foram conosco (maridos são colegas de trabalho). Ok. Duas mães para 4 crianças. Perfeitamente aceitável. As professoras não dão contam de seus alunos em suas excursões de um dia? Eles não obedecem? Não é tão simples assim, quando o papel é de mãe. Oh, meninada indiscisplinada! Acho que foi a viagem em que mais chamei a atenção da Sophia!

Pegamos um trenzinho e fomos conhecer a cidade. Tive uma sensação esquisita. Achei a cidade assim meio sem vida. O comércio é fraco, as lojas tem idade dos anos 50, a moda segue a mesma premissa. Construções antigas e fechadas, às vezes me pareciam abandonadas. Algumas pessoas locais e alguns outros poucos turistas (será que era por causa do feriado?). O trenzinho foi na principal construção da cidade - o castelo de Bratislava. Imponente o bichano.




Hora de almoço. Escolha às cegas. E que acertada! Fomos nos embrenhando num correrdorzinho, descemos umas escadas e chegamos num porão. Parede e teto de tijolos aparentes. Pedida: estrogonofe. Hummmmm..... Que delícia! Parecia mesmo que estávamos numa daquelas tavernas na Idade Média.
Precisávamos tirar a má impressão da cidade quase fantasma. O melhor lugar para isso? Shopping Mall, claro! Aí sim, vida! Está bem que achei os eslovacos meio carrancudos. Não vi nenhum sorriso simpático e nenhuma demonstração de alegria, nem mesmo na cara dos vendedores. Será que é porque tinhamos quatro crianças barulhentas e bagunceiras? Os coitados dos meninos não receberam nenhum agrado, em hora alguma!
Ouvi dizer que a Eslováquia é cheio de mulheres bonitas. Não vi nenhuma delas. E para não dizerem que o problema estava comigo, perguntei a minha amiga e ao meu marido. Eles também disseram que ainda estavam a procura de um belo exemplar feminino. O mesmo não posso dizer da ala masculina, esses aí estavam bem representados. kkkkkkk
Um lugar que deve ser bastante agradável no verão fica às margens do rio Danúbio, bem próximo ao shopping center. Alguns restaurantes com mesas ao ar livre de frente para o rio, alguns até com deck. Tomar um drink, com um solzinho gostoso, vendo as águas do Danúbio passarem...

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Budapeste e Praga

A gente quando está na Europa pensa que tudo funciona às mil maravilhas, não é? Achamos que estamos numa sociedade decente e honesta. Ah... mas a passagem pela Eslováquia deu mostras do contrário.
Pegamos a estrada para a Hungria - duas horas e meia de carro. Na fronteira fomos parados por uma blitz, que fazia questão de pegar somente os carros estrangeiros. Ok, documentação na mão, nada a temer.  O carro do nosso amigo também estava parado à nossa frente a sua inspeção.
O policial num inglês capenga : - Onde está o adesivo?
- Que adesivo, senhor?
- O adesivo da auto-estrada.
- o que é isso? Para que serve? Onde compra?
O mantenedor da segurança nacional vira para o colega que já tinha despachado o nosso amigo, e pergunta algo. Entendemos que ele disse que éramos brasileiros, e outro disse que o carro da frente era americano. Num balançar de ombros, o guarda volta-se para nós:
- Ok. Pode ir.
Ficamos matutando o que teria sido, o que ele queria? Pedágio? Em momento algum passamos por um. Visto? Meio esquisito isso.
Mais tarde soubemos. Tudo indica que o policial estava querendo "estorquir" um dinheirinho, com a desculpa de que tínhamos que pagar um pedágio. Como ele não se expressava bem, não conseguiu o dinheirinho que queria. Mas tiveram sucesso com o nosso amigo. 50 euros. Um pedaço de papel já pronto, tirado do bolso.
- Ah não, 35 euros, pois não tenho o recibo de 50 - disse o policial.

Chegamos em Budapeste. Cidade bonita e agradável. Cheia de seus spas com as piscinas termais. Um dos principais é a do Hotel Gellért, mas lá tivemos o prazer de saborear a comida húngara. Filet de pato com polenta de abóbora num reduzido de frutas vermelhas. Hummmmmm..... Que delícia!




Após o almoço, cruzamos o rio Danúbio sobre uma ponte lindíssima. Dizem que dali tem-se um pôr-do-sol magnífico. Não deu para apreciá-lo, mas tivemos o prazer de vermos o entardecer do Danúbio, sobre uma ponte suspensa de metal verde com dourado reluzente em seu topo.


Foi lá também que encontrei o chocolate quente mais gostoso que já experimentei! Sorte a minha que também encontrei-o em Praga!
A nossa passagem foi curtíssima! Fui embora com o desejo de quero mais. Sei que ainda existe muito a explorar naquela cidade que mistura a tradição com a modernidade, de um lado o Buda, do outro a Peste. Belíssima Budapeste!
Praga. Eu tinha na minha cabeça que as cidades europeias não mudam muito. Estão aí  há séculos, já prontas. Sem espaço para mudanças.  Puro engano o meu! E Praga foi a prova disso.
Está certo que não existe mesmo espaço para mudanças e/ou desenvolvimento arquitetônicos. Tudo continua perfeitamente no mesmo lugar de 13 anos atrás, no entanto existe muito mais vida agora. Em 1998, a rua do  museu - o Národní -  era composta essencialmente por seus edifícios históricos, onde hoje são ocupados pelas maiores grifes internacionais, num frenesi e vai-e-vem de luzes e pessoas.

Praga deixou-me a impressão de ser uma das cidades mais bonitas que já conheci. Impressão essa que foi fortemente reafirmada por seus castelos góticos, igrejas barrocas e arquitetura modernista, rodeados por artistas em roupas medievais à venda de ingressos para os shows de valsa, outros cantando e tocando, artesãos locais, estátuas vivas, cristais, marionetes, bruxas, mamuskas e chocolate.




Na torre do relógio astronômico de Praga, de tempos em tempos, um "mensageiro da Idade Média" toca o seu arauto ao vento aos quatro cantos. É de arrepiar! Se fecharmos os olhos temos a nítida sensação de termos sido transportados lá para aquela época. Fantástico!

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Carnaval na Bélgica

Achei! Achei um carnaval de rua na cidade de Binche
Apesar do frio de 3 graus, os foliões estavam aproveitando! Para espantar o gelo, uma garrifinha de champanhe ou um vinho quente, acompanhado de uns batuques que sugeriam balançar o esqueleto!
Segundo pesquisa na Web, o carnaval de Binche é o mais famoso na Bélgica, tendo sido inclusive, declarado patrimônio da Unesco. Como vêem é a tradição carnavalesca gritando por essas bandas também.
O que registrei aqui foi um carnaval cheio de glamour e luxo. Olhem as fotos:




Pena que o frio congelante nos obrigou a vir embora cedo. Enquanto escrevo esse post, assisto a uma nevasca no quintal da minha casa. Só estou torcendo para que lá em Binche eles não sejam "presenteados" com esses flocos de neve.
E dá-lhe champanhe para comemorar o carnaval europeu!


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Vida de cigana virtual

É pessoal, a minha vida de cigana não cabe somente ao físico. Resolvi segui-la aqui na web também. Resultado: mudanças de casa a todo instante. Agora por exemplo, resolvi dar uma outra chance ao blogspot. Tudo bem, sei que assim é meio chato e difícil mesmo, ficar lendo essas mal traçadas linhas. Mas o que eu vou fazer, se a veia cigana e a inquietação geminiana me perseguem?!
Finalmente, com um pouco mais de paciência, eu consegui postar os textos antigos aqui. Por isso, desconsiderem as datas, caso queiram referências temporais para os meus casos.
Por exemplo, a vitamina D está a todo vapor nessa casa há 3 meses, religiosamente. O inverno que era de 2 graus, chegou a ser de 11 negativos, continuando a respeitar o horário de acordar para a escola. O dia já não está tão curto mais. Oito da manhã já tem um clarinho no céu e o sol (quando tem), já se põe por volta das 18. 
As joaninhas sumiram! Agora encontro uma ou outra ainda na luta pela sobrevivência, no entanto o tempo delas já era.
Continuo firme na academia, e para não desanimar, agora sou sócia de duas. Ou seja, malhação diária incluindo fim de semana. Tirar o atraso, não é mole! Será que bato na porta dos 40, pelo menos, assim um pouquinho com cara de 35?
Daquele tempo do blog Terra para cá, já fiz algumas outras viagens nessas terras europeias: Eslováquia, República Tcheca, Hungria e Portugal. Lugares fantásticos! Cada qual com suas peculiaridades. Escreverei em breve sobre cada um deles.
Nesse momento, estou pensando nessa chuva fininha que cai lá fora, às vésperas da época do ano que mais sinto saudades do Brasil: carnaval. Queria me teletransportar para as folias sabarenses. Já me disseram que não é mais como no passado. Mas o passado também não era mais como o passado anterior. E talvez esteja aí a graça da coisa. Tentar viver diferente e igual ao mesmo tempo.
Tenho um pequenino consolo. Estou Globolizada. O grande show carioca da Sapucaí nunca me prendeu a TV (também estava eu mesma nas ruas), porém agora é a telinha que me traz a alegria carnavalesca.
E como o carnaval não é uma festa legítima do Brasil, por aqui também as pessoas se divertem. Minha filha está nesse instante fantasiada de Cinderela e brincando de carnaval na escola. Acabei de ler no jornal local, uma chamada para o desfile de terça-feira às 13:30, na praça da cidade. No comércio, encontram-se fantasias (de inverno, claro!) serpentina e confete! Por que não então, colocar um sambinha ou as marchinhas na vitrola?!
Pessoal, aproveitem o carnaval! Dirvirtam-se, descansem, namorem, meditem.
Eu fico por aqui...



Vitamina D


Vou mesmo precisar de vitamina D sintetizada, dessas compradas em farmácia. Do contrário, não vou ter ânimo para acordar todos os dias às 7 da manhã com cara de 5, sair de casa às 8 com cara de 6!
É pessoal, às 8 da manhã levando a Sophia para a escola e ainda no escuro! Quem anima? Nem mesmo a pequena menina...
Hoje fiquei boba. Passando em frente a uma escola local, estavam lá as crianças brincando no pátio, enquanto ainda não tinha batido o sinal para entrar para a sala, no escuro. Pensei eu: coitadas dessas crianças!
Depois pensei melhor, coitada de mim! Elas estão acostumadas, eu não!
Além de estarmos no escuro às 8 da manhã, ainda tem o agravante do frio. 2 graus?! Tem certeza que é para levantar da cama?
"Oh mãe, tô com preguiça."
E eu, a mãe boa que sou, não demonstro desânimo nenhum.
"Vamos lá filha! O dia na escola será muito legal!"
E tomara que seja mesmo. Senão passo por mentirosa.
Ainda bem que o inverno traz a sua graça. E uma delas é a neve que está por chegar. Sophia está louca para fazer boneco de neve e me disse: - Mamãe, tem que ter nariz de cenoura, tá?
- Tá minha filhinha...
Nessa semana, o marido disse que não tem visto o dia claro. Coitado desse aí também. Acorda às 5:30 da manhã, entra no escritório ainda no escuro e sai de lá, também no escuro.
Acho que além da vitamina D, precisaremos de uns refletores dentro de casa.
Hoje uma conhecida me disse que está tomando a tal da vitamina. Foi receitada por um médico brasileiro. Perguntei a ela o que sente com a falta da mesma no organismo. Ela disse não sente nada, mas que anda muito irritadiça.
- Olha aí o sintoma! - disse eu.
Eu estava atribuindo a minha irritação a TPM (essa aí leva a culpa de tudo), mas TPM não dura o mês inteiro, né?
VITAMINA D, para passar bem o resto desse ano!