Estivemos em Viena na semana passada. Uma viagem de 5 dias na cidade considerada entre as melhores do mundo para se viver. Deu para perceber isso com facilidade!
Tivemos a sorte de pegar dias maravilhosos, de céu azul, sol brilhando e temperatura amena. Eu e Sophia adoramos! Foi um passeio adorável apenas na companhia da minha filhota.
Andávamos o dia todo, por todos os lados da cidade. Pernas, carrinho, ônibus e mêtro. Entre ruelas e prédios antigos, contam a história de imperadores e imperatrizes, músicos e compositores, pensadores e intelectuais. De Mozart, Schubert, Strauss, Sigmund Freud a Imperatriz Sissi, imortalizada no cinema na década de 50.
O que visitar em Viena? Museu. O que mais? Museu. Já entendi. Mais alguma coisa? Museu.
Ok. Admito a minha ignorância no quesito arte e realmente não aprecio visitas a museus do tipo 4 horas, com paradas intermináveis em frente as telas, tentando desvandar o mistério da obra.
Claro, tive que visitar o museu Albertina, considerado um dos melhores do mundo. Para isso esperei a chegada do marido, esse aí pretende entender alguma coisa de arte! hehehehehe Logo na entrada, já fui perguntando ao porteiro: - quanto tempo é necessário para conhecer o museu todo? - Depende do quanto detalhista você quer ser - foi a resposta que recebi. Atrás de mim vinha outro casal. Pensei que se eles tivessem ouvido a minha pergunta, já teriam me julgado como "a idiota".
Tudo bem. Lá fomos nós. Meus olhos passavam rapidamente sobre as obras. Vamos ver as mais importantes? Sala do Picasso, Van Gogh e uma tela de Renoir. Tá bom Guto. Vamos acelerar o passo?
Numa paradinha para p toilete, encontrei o casal da entrada. Ela olhou para mim e rindo disse: - Em uma hora com certeza, você vê tudo. Ironizando as salas até então visitadas. Ah, que alívio! Me parece que não sou a única que gosta de tours ligeiros!
Passamos a algumas salas decoradas com objetos da Realeza. Melhorou um bocado. Isso me interessa mais. Conhecer hábitos e decorações de época. Daí, encontrei novamente o casal, e dessa vez ela disse: - Melhorou, não acha? Minha risada seguiu de uma complicidade enorme com uma estranha!
Na loja do museu, tive uma grande surpresa com a minha filha, o que me encheu de orgulho. Ela ao avistar um livro de arte, disse:
- Mamãe, olha o Van Gogh!
- O que minha filha? Onde?
E ela apontou o livro. Eu boquiaberta com a esperteza, perguntei como ela sabia. Ela afirmou:
- Na minha escola tem um igual.
Daí lembrei que recentemente a sala dela fez uma pintura de uma fazenda com inspiração em Van Gogh. Bom, me parece que se continuar assim, minha filha, de hoje 4 anos, será uma apreciadora de arte, melhor que a mãe!
Fomos também num concerto com peças de Mozart e Strauss. Cinco músicos, piano, violino e violencelo. Uma cantora de ópera e dois bailarinos. Coisa pequena, mas o suficiente para se ter um sabor das valsas vienenses "in loco". E mais uma vez, minha pequena demonstrou que será mesmo fã artística. Adorou tudo o que escutava e via. Ficava com um sorriso luminoso e olhos brilhantes. Quanto orgulho!
Fiquei também impressionada com outras cenas da vida diária. Estavámos num refrescando numa das dezenas cafeterias (nunca vi uma cidade com tantas!), ao sabor de um bolo maravilhoso de chocolate - mais tarde, li que Viena é famosa por suas cafeterias e melhores bolos do mundo, quando de repente, vi o garçom segurando úm rapaz pelo braço, pondo-o para fora do estabelecimento. Outros clientes, aprovavam o garçom e meneavam a cabeça para o rapaz. Observando mais de perto, vi que o rapaz tinha uma seringa na mão e a expressão transtornada. Era um drogado.
O sistema de mêtro da cidade é fantástico, como na maioria das cidades europeias. Muita organização e eficiência. Não existe catraca em nenhuma das estações. Você simplesmente carimba o seu ticket e vai em frente. Sem nenhum controle de passagem paga. O preço é único e vale para o dia inteiro, por todas as linhas.
E assim fomos parar num outro ponto turístico. Sentamos na praça. Atrás de nós um parque cheio de crianças locais brincavam ao bel prazer. Sophia divertiu-se tirando fotos das mais variadas situações e posições. Eu observava Sophia a distância e alternava meus olhos observando além do monumento, também os passantes. Adoro isso: observar pessoas. Foi quando notei um rapaz com atitudes suspeitas. Nós, cujas profissões lidam com a psique humana, logo percebemos quando alguém está assim meio fora do "normal". E era esse rapaz, que escondia uma máquina fotográfica na mão e tirava fotos do nada. Ele logo, postou-se atrás do meu banco e eu fiquei meio aflita. Quantas crianças soltas por ali! No banco ao meu lado, sentava uma moça que deixava aparacer por cima de sua calça de cintra baixa, uma calcinha de algodão branca e frouxa, com o cofrinho à mostra. Esse fulano "doidão" sentou-se bem atrás dela, pertinho mesmo e grudou os olhos naquela cena. Com a sua câmera escondida tirava fotos, sua face suava e sua expressão alternava entre loucura e prazer. Mais que depressa, peguei Sophia e cacei outro rumo em Viena.
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